O governador de Santa Fe, Maximiliano Pullaro, referiu-se na segunda-feira à reunião realizada na semana passada entre os governadores e o presidente Javier Milei na Casa Rosada, bem como às recentes mudanças no gabinete nacional, com Manuel Adorni como chefe da Casa Civil e Diego Santilli como ministro do Interior. “Vemos essas mudanças com grande expectativa”, afirmou, mencionando a disposição de Santa Fe “em trabalhar fortemente em conjunto e fazer o país avançar”, assegurou.
Em declarações à imprensa em Rosario, Pullaro enfatizou a importância da “mudança de atitude demonstrada pelo governo federal após as eleições legislativas (de 26 de outubro), ao convocar 20 jurisdições da República Argentina para discutir temas importantes para o nosso país e que podem beneficiar muito a nossa província”. Nesse sentido, ele citou projetos a serem debatidos no Congresso, como a “reforma trabalhista”, pois “Santa Fe possui cerca de 7.000 pequenas e médias empresas (PyMEs), portanto, temos uma perspectiva voltada para as PyMEs e, consequentemente, a reforma deve nos ajudar a contratar mais pessoas e a formalizar aqueles que atualmente atuam no setor informal”.
O governador de Santa Fe também mencionou a reforma tributária, "onde é evidente que a Nação, as províncias e os municípios precisam reduzir os impostos, porque alguns são extremamente regressivos, como o imposto sobre cheques ou as retenções", e afirmou que para isso acontecer, "é preciso ter crescimento econômico baseado na manutenção dos serviços e obras públicas em cada uma das jurisdições", reiterando o pedido dos governadores à Nação em relação ao estado das rodovias nacionais, que "não é bom".
A dívida da Nação com Santa Fe
Por outro lado, Pullaro foi perguntado sobre a dívida que a Nação mantém com a Província de Santa Fe e afirmou que "eles nos devem muitos recursos", mas lembrou que "não é que o governo de Javier Milei nos deva, mas sim há dívidas de governos anteriores, por isso há um processo na Suprema Corte de Justiça da Nação desde 2023 para que o Governo Nacional tome conta da dívida que tem com Santa Fe".
A respeito disso, o governador destacou que “a realidade em Santa Fe é diferente da de outras províncias”, porque “em outras províncias há dívidas compartilhadas, já que as províncias devem algo e o Governo Nacional também lhes deve algo”. No entanto, “em nosso caso, o Governo Nacional nos deve a dívida pendente do Fundo de Pensões, que estimamos em mais de um trilhão e meio ou dois trilhões de pesos”, e comparou esse valor à “mesma quantia que vamos investir em obras públicas com o orçamento de 2026”.
Além disso, o governo nacional deve a Santa Fe “o fluxo de recursos do Fundo de Pensões, que são recursos que o governo nacional deveria nos fornecer mensalmente com base nos impostos cedidos em diversos acordos fiscais”, explicou Pullaro, reconhecendo que essa situação “causa prejuízo significativo à província, pois soma mais de 10 bilhões de pesos”, além do “saldo devedor do acordo fiscal, visto que, quando Santa Fe reduziu seu imposto de ingressos brutos em 2017, havia um saldo no acordo fiscal que o governo nacional deveria ter liquidado”.
“Entendemos que o equilíbrio fiscal é fundamental e o apoiamos, mas sempre reivindicamos, com muita prudência e firmeza, os recursos que pertencem à província”, concluiu.