A vice-governadora de Santa Fe, Gisela Scaglia, e o ministro do Desenvolvimento Produtivo, Gustavo Puccini, participaram nesta terça-feira da abertura da Cúpula Pan-Americana sobre Biocombustíveis Líquidos, realizada em La Fluvial, em Rosario. O encontro, parte da Semana do Clima, reuniu representantes governamentais, empresariais, acadêmicos e da sociedade civil de diferentes países para discutir o presente e o futuro dos biocombustíveis nas Américas.
O desafio produtivo
Em seu discurso, Scaglia afirmou que uma nova lei de biocombustíveis é necessária e deve ser abordada sob uma perspectiva produtiva. "Ela deve aumentar a produtividade e permitir às empresas produzirem mais. Se produzirmos mais e pudermos vender mais, o modelo de produção mudará".
A vice-governadora lembrou que o setor agropecuário evoluiu além da exportação de grãos. Ela observou que a biotecnologia, a industrialização de alimentos e a incorporação de biocombustíveis transformaram a matriz produtiva da província. "O biodiesel agrega valor ao que produzimos em nossos campos e dentro de nossa província", enfatizou.
Mais produção e mais divisas
Por sua vez, Puccini salientou a importância de realizar o debate em Santa Fe, província líder em biodiesel. Ele explicou que a Cúpula oferece um espaço de intercâmbio entre produtores, câmaras e especialistas de diferentes países. "É um cenário propício para discutir a nova lei de biocombustíveis, que está sendo elaborada no Congresso", observou.
O ministro destacou que a província faz parte da Liga da Bioenergia, junto com Córdoba, Entre Ríos, Salta e Tucumán, que contribuem com diversos insumos para a cadeia: soja no caso de Santa Fe, milho em Córdoba e Tucumán, e cana-de-açúcar no norte.
Aliás, observou que uma nova regulamentação não só aumentará a produção, mas também o ingresso de moeda estrangeira. "Uma nova lei de biocombustíveis gerará mais produção e mais moeda estrangeira".
Puccini também se referiu ao combustível de aviação sustentável (SAF). Ele observou que a YPF fechou um acordo com uma empresa privada para reativar uma refinaria em San Lorenzo, que será transformada em uma biorrefinaria. Segundo ele explicou, o objetivo é conseguir produzir combustível de aviação 100% SAF para exportação.
Capacidade Ociosa e Mercados Internacionais
O ministro advertiu que, apesar da liderança de Santa Fe nessa área, o setor enfrenta dificuldades. Ele reconheceu que os preços internacionais geraram um semestre negativo e que há capacidade ociosa superior a 80%. "Esse é o desafio: aproveitar as usinas já instaladas quando o mundo demanda energia. Precisamos aumentar a oferta no mercado local e, ao mesmo tempo, abrir novos mercados internacionais que nos permitam vender nossos biocombustíveis", disse.
Uma Cúpula Internacional
A Cúpula Pan-Americana de Biocombustíveis Líquidos é organizada pela Coalizão Pan-Americana de Biocombustíveis Líquidos (Cpbio) e pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), com o apoio da Fundação Nova Geração da Argentina (FNGA). Entidades-chave da cadeia agroindustrial, como Acsoja, Carbio, Câmara de Bioetanol de Milho, Ciara, Maizar e o Centro Açucareiro Argentino (CAA), também colaboram.
O encontro, que acontece paralelamente à Semana do Clima, busca traçar estratégias conjuntas para fortalecer a produção de biocombustíveis na região e avançar em direção a uma matriz energética mais sustentável.