O Centro Único de Doação, Ablação e Implante de Órgãos e Tecidos (CUDAIO), organismo do Ministério da Saúde, avança na implementação de um protocolo para doação em assistolia, com treinamento para equipes de saúde. As jornadas foram conduzidas por Pablo Centeno, diretor do Programa de Capacitação em Captação Hospitalar e Transplante do INCUCAI.
Nesse contexto, ele enfatizou as possibilidades que os hospitais têm de implementar o protocolo do INCUCAI, que permite a extração de órgãos após a comprovação da morte por parada cardiocirculatória irreversível. A doação em assistolia controlada tem sido a base para um aumento promissor na captação nos últimos anos, por exemplo, na província de Buenos Aires, assim como já acontece há algumas décadas em países mais avançados nessa área.
A diretora do Cudaio, Cecilia Andrada, afirmou que “a história do transplante e da doação de órgãos tem sido marcada por muitos fatos importantes e desenvolvimentos que permitiram salvar mais vidas e proporcionar uma melhor qualidade de vida a mais receptores de transplantes. Um deles foi a implementação da doação em assistolia controlada. Na Espanha, país líder em doação e transplante, essa estratégia é amplamente difundida e permitiu um aumento significativo no número de processos: no ano passado, mais da metade foi proveniente dessa forma de captação.”
Em relação à experiência local, ela enfatizou que "como província doadora, trabalhamos incansavelmente para incorporar cada vez mais hospitais e localidades ao processo de captação, bem como centros privados, e também alcançamos melhor monitoramento e notificação de potenciais doadores".
A doação em assistolia, acrescentou, "nos permitirá continuar aumentando o número de cirurgias, por isso promovemos essas capacitações para profissionais, convidando especialistas que implementam essa estratégia com sucesso na Argentina e no mundo". Nesse sentido, ele elogiou as capacitações com o Dr. Centeno, que participou de experiências bem-sucedidas de doação em assistolia no Hospital José María Cullen, em Santa Fe, e no Hospital de Emergências Clemente Álvarez (HECA), que faz parte da Prefeitura Municipal de Rosário.
Treinamento
Membros do plantão operacional do Cudaio e intensivistas do Hospital Cullen participaram da jornada de capacitação na cidade de Santa Fe. Durante o encontro, Centeno explicou que alguns casos de assistolia controlada já foram registrados em metade das províncias. “Para a Argentina e a América Latina, esta é uma forma relativamente nova de gerar doadores de órgãos e suprir a falta de acesso a transplantes para pessoas em lista de espera. O treinamento é importante, e é por isso que viemos a este hospital, onde alguns casos já foram realizados e onde há grande capacidade técnica. Santa Fé é uma província muito importante no cenário nacional.”
O chefe da Unidade de Terapia Intensiva, Néstor Carrizo, enfatizou que "a contribuição do Dr. Centeno representa um avanço na adequação dos esforços terapêuticos e na possibilidade de doação de órgãos em assistolia. Está intimamente ligada à prática médica ética e justa e aborda um problema que enfrentamos diariamente. A unidade de terapia intensiva do Cullen é de alta complexidade e recebemos pacientes que podem atender aos critérios para esse tipo de doação, que já é implementado em outros países com bons resultados."
O treinamento em Rosario, por sua vez, contou com a participação de médicos e outros profissionais da maioria dos serviços do Heca. Silvio Pulcinelli, chefe da Unidade de Captação do Heca, enfatizou que já realizaram operações de doação em assistolia controlada, mas indicou que "o principal objetivo é torná-lo um procedimento de rotina, para o qual todas as equipes sejam treinadas. É por isso que valorizamos muito essas oportunidades de treinamento para aprender com as práticas mais avançadas".
E acrescentou sobre as possibilidades futuras: "A perspectiva é de um verdadeiro salto qualitativo na questão da captação e, ao mesmo tempo, um desafio para o sistema de saúde, o que significa uma nova abordagem e direcionamento para o processo doação-transplante".